Lá no brejo, você sabe, não existe curso de licenciatura. É ouvindo que se aprende. Ou então fazendo. O ensino fundamental manda jogar uma língua comprida no mosquito e pronto: tá no papo. Já o MBA diz o seguinte: se aparecer uma cobra, salta logo; ou então, se você for uma Perereca colorida, mija veneno nela.
A sobrevivência da bichinha não tem moral, mas ela lê nos jornais que no mundo dos homens é diferente. Todo mundo tem moral, ou deveria ter. Vejam a pérola que nos lançou o Jabor: “Os canalhas são a base da nacionalidade”. Só que ele estava falando dos canalhas evidentes, a começar por aquela turma que gravita em Brasília.
__ Pois a Perereca, do alto do seu posto de observação, acha que somos todos nós, mesmo! Quem é que chama um engenheiro para calcular uma reforma? Quem faz ou já fez gato na água, na luz ou na NET? Quem nunca furou uma fila? Quem já procurou “arranjar” uma boquinha na administração pública, para si, para amigos ou parentes? Quem recusou todo tipo de prestação de serviços envolvendo os canalhas mais evidentes? Quem já procurou emprego nas empresas de ética duvidosa?
A carapuça não lhe serve de jeito nenhum? Parabéns, você não está na base da nossa nacionalidade. Porque o Brasil parece uma grande Italia, onde tudo vira zona e toda zona é permitida. Somos permissivos, somos passivos diante do que sabemos maléfico, somos amistosos, carnavalescos - isto sim. Pode ser que um dia o bate-boca da internet modifique nossa postura. Por enquanto, ainda não teve sucesso.
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